quarta-feira, 14 de novembro de 2012

ATIVIDADE PARA FERIADO: Preparação para o SPAECE Língua Portuguesa


Texto para as questões 01 a 04.
A ABOLIÇÃO DO TRÁFICO NEGREIRO
A extinção do tráfico negreiro não foi um fato isolado na vida econômica do Brasil; ao contrário, ela correspondeu às exigências da expansão industrial da Inglaterra.
Depois que esse país conseguiu dar o salto qualitativo – o da mecanização da produção – não lhe interessava mais a existência da escravidão na América, pois, com a implantação do capitalismo industrial, tornava-se necessária a ampliação de mercados consumidores. A escravidão passou, então, a ser um entrave aos interesses ingleses, visto que os escravos estavam marginalizados do consumo.
Com relação ao Brasil, a Inglaterra usou mais do que a simples pressão: só reconheceu a independência daquele país mediante tratado, no qual o Brasil se comprometia a abolir o tráfico de negros.
Todavia, não foi tomada qualquer medida efetiva, o que levou a aprovação da Lei de 1831 que, na prática, deveria acabar com o tráfico, pois estabelecia a liberdade de todos os africanos que entrassem no país a partir daquela data.
Esta lei, contudo, ficou “para inglês ver”. Ela serviu para refrear um pouco a pressão britânica. Esta, porém, nunca cessou de todo e, em 1845, o Parlamento inglês aprovou o “Bill Aberdeen”, que concedia à marinha inglesa o direito de revistar os navios suspeitos de tráfico e, mais ainda, permitia a prisão de navios acusados de praticarem pirataria e o julgamento dos traficantes por tribunais ingleses.
A partir daí, a pressão sobre o governo brasileiro tornou-se muito maior e a situação chegou a ficar insustentável, pois os navios brasileiros começaram a ser revistados, embora navegassem ao longo da costa ou, ainda, quando ancorados nos portos.
Finalmente, em 1850, o Parlamento brasileiro aprovou a Lei Eusébio de Queirós, que proibia, definitivamente, o tráfico negreiro para o Brasil.
(Ana Maria F. da Costa Monteiro e outros. História. Rio de Janeiro, Secretaria Municipal de Educação, 1988, p.181, com pequenas adaptações.)

01. A leitura dos dois primeiros parágrafos do texto nos permite concluir que
(A) a Inglaterra necessitava da ampliação de mercado consumidor e, portanto, fomentou o fim da escravidão na América.
(B) a escravidão na América foi resultado da mecanização da produção na Inglaterra.
(C) o capitalismo industrial gerou consumidores marginalizados: os escravos.
(D) o Brasil, ao mecanizar sua produção, definiu o fim do tráfico de escravos.
(E) A Inglaterra apoiava a escravidão na América porque necessitava dar um salto qualitativo em sua economia.

02. A expressão “para inglês ver” (linha 19) significa que
(A) a Inglaterra estava vigiando os navios negreiros.
(B) o Brasil obedeceu ao Bill Alberdeen, do Parlamento inglês
(C) os ingleses viram a Lei de 1831, que terminou com o tráfico negreiro.
(D) a Lei de 1831, criada e anunciada aos ingleses, não foi cumprida.
(E) em 1831, a Inglaterra viu que a abolição do tráfico era uma realidade.

03. A Lei de 1831 foi uma tentativa para extinguir o tráfico negreiro porque
(A) proibia a entrada de negros no país.
(B) permitia o confisco dos navios negreiros que aqui aportassem.
(C) dava aos negros o direito à liberdade, desde que a desejassem.
(D) considerava livres os negros que entrassem no Brasil após aquela data.
(E) não permitindo que os navios negreiros aportassem, gerava prejuízo aos traficantes

03. Assinale a afirmativa INCORRETA a respeito do fim do tráfico de escravos
(A )chegou a afetar a soberania brasileira.
(B) só ocorreu quando a pressão britânica chegou ao máximo.
(C) levou a economia brasileira ao caos.
(D) demorou dezenove anos para se efetivar, após a primeira tentativa em 1831.
(E) gerou alterações na economia brasileira.

04. Após a leitura do texto, concluímos que o Brasil
(A) preocupado com sua independência em relação a Portugal, esquecia-se dos direitos humanos.
(B) só teria sua independência reconhecida pela Inglaterra se extinguisse o tráfico negreiro.
(C) necessitava dos escravos como mão-de-obra assalariada na lavoura para fazer-se independente.
(D) cedeu às pressões inglesas porque obedecia a instruções de Portugal, do qual era colônia.
(E) resistiu às pressões, pois o tráfico de escravos era fundamental para a sua economia.

Texto para as questões 05 a 07.
O Brasil é um país cuja história e cultura foram e seguem sendo uma construção do trabalho de “três raças”: os índios, habitantes originais de todo o território nacional, os pretos trazidos da África e os brancos vindos de Portugal a partir de 1500.
De acordo com a maioria dos estudiosos do assunto na atualidade, os fragmentos de “contribuição cultural” de diferentes grupos étnicos não são o mais relevante. Pretender mensurar a participação do indígena ou do negro brasileiros em uma cultura dominantemente branca e de remota origem européia, através do seu aporte à culinária, à tecnologia agrícola, ao artesanato, ou à vida ritual do país, é ocultar, sob o manto da pitoresca aparência, aquilo que é fundamentalmente essencial.
Isto porque em toda a nação que, como o Brasil, resulta do encontro, dos conflitos e das alianças entre grupos nacionais e étnicos, sempre a principal lição que se pode tirar é o aprendizado da convivência cotidiana com a diferença, com o direito “do outro” e com o fraterno respeito pelas minorias quaisquer que sejam. Não é possível esquecermos que negros e indígenas participaram sempre da vida brasileira com servos e escravos, como sujeitos e povos espoliados e que, apesar de tudo souberam lutar e resistir. Sepé Tiaraju, um líder guerreiro indígena, e Zumbi, um guerreiro tornado escravo e que preferiu morrer guerreiro no seu Quilombo dos Palmares a voltar a ser um escravo, talvez sejam os melhores exemplos de contribuição dos povos minoritários à cultura brasileira, do que todos os pequenos produtos que negros e índios acrescentaram a uma cultura nacional.
Carlos Rodrigues Brandão. Índios, negros e brancos: a construção do Brasil.
05. Assinale a opção que está de acordo com as ideias expressas no texto
(A) A construção da história e da cultura do Brasil resulta do trabalho de índios, pretos e brancos.
(B) A influência de índios e negros deu-se especialmente na culinária e no artesanato.
(C) É possível detectar, com relativa facilidade, a participação do indígena ou do negro na cultura branca de origem européia.
(D) Os conflitos entre os três grupos étnicos nacionais geram uma necessidade de convivência fraterna entre os indivíduos.
(E) Negros e indígenas escravizados uniram-se para lutar e resistir, participando, assim da vida brasileira.
06. A palavra “originais” (linha 3) pode ser interpretado como
(A) diferentes. (B) peculiares. (C) excêntricos.
(D) primitivos. (E) exóticos.

07. A palavra “mensurar” (linha 9) pode ser interpretado como:
(A) averiguar. (B) regular. (C) examinar.
(D) sondar. (E) medir.

Texto para as questões 08 e 09.
A vaidade me faz marcar uma corrida de cem metros, que eu já sei de antemão que posso correr; corro, venço, e a vaidade se satisfaz, pequenina. O orgulho não: é audacioso e me faz marcar uma corrida de quilômetro, que eu ainda não sei se poderei correr; corro, e só consigo alcançar 600 metros. Torno a correr e faço 620. Corro outra vez e espantadamente faço 720! E continuarei correndo. Se conseguir quilômetro, imediatamente meu orgulho ficará descontente e dirá que foi pouco, e transporá a meta para 2 quilômetros. E hei de morrer um dia tendo apenas (apenas!) conseguido um quilômetro e meio.

08. Segundo o texto
(A) Movido pela vaidade, o homem estabelece para si objetivos que sabe poder realizar.
(B) Vaidade e orgulho são sentimentos negativos, porque fazem o homem agir apenas em função de seus espectadores e não de seus sentimentos íntimos.
(C) O homem vaidoso é um ser insatisfeito, pois sempre acha que pode ir além do que realizou.
(D) A vaidade faz-nos estabelecer objetos que estão além do nosso nível de realização; daí ser ela fonte contínua de insatisfação.
(E) O orgulho, ao contrário da vaidade, impulsiona o homem à ação.

09. A partir da leitura do texto acima, é possível inferir ainda que
(A) O orgulho, por despertar necessidades muito ambiciosas, faz do homem um escravo de seus desejos.
(B) O orgulho impulsiona o homem a estabelecer níveis de realização cada vez mais altos.
(C) A vaidade é sentimento antagônico ao orgulho, pois enquanto este conduz ao progresso aquela destrói o desenvolvimento do homem.
(D) O orgulho, diferentemente da vaidade, faz que o homem se prepare emocionalmente a fim de evitar sentimentos de frustração.
(E) Vaidade e orgulho são sentimentos positivos, pois levam o homem à realização plena de seus desejos.

Texto para as questões 10 a .
Fim de tarde.
No céu plúmbeo
A Lua baça
Paira
Muito cosmograficamente
Satélite
Desmetaforizada,
Desmistificada,
Despojada do velho segredo de melancolia
Não é agora o golfão das cismas,
O astro dos loucos e dos enamorados.
Mas tão somente
Satélite.
Ah Lua deste fim de tarde,
Demissionária de atribuições românticas
Sem show para as disponibilidades sentimentais!
Fatigado de mais-valia,
Gosto de ti assim:
Coisa em si
- Satélite.”

10. Nesse texto, o poeta
(A) restringe-se a uma descrição de um fim de tarde.
(B) lamenta a morte das noites de sua juventude, pois já não pode contemplar a lua.
(C) reduz à lua a um “golfão de cismas”.
(D) manifesta seu afeto à lua, independentemente de significações sentimentais que outros atribuíram a ela.
(E) limita-se à narração de um episódio que ocorreu num fim de tarde.

11. O poeta afirma sua afeição à lua
(A) para fazer a apologia do progresso científico.
(B) para advertir que não estamos mais em tempo de dar vazão aos nossos sentimentos.
(C) porque ela ainda é “o astro dos loucos e dos enamorados”.
(D) para criticar a ausência de sentimento do mundo contemporâneo.
(E) apesar de despojada de metáfora e de mito.

12. Indique qual dos seguintes trechos do poema contradiz a passagem “Sem show para disponibilidades sentimentais” (v.16)
(A) “Gosto de ti assim”
(B) “Despojada do velho segredo de melancolia”
(C) “Não é agora o golfão de cismas”
(D) “A Lua baça / Paira”
(E) “Demissionária das atribuições românticas”

13. No contexto do poema a palavra “plúmbeo”(v.2) deve ser entendida como
(A) cinzento. (B) limpo. (C) brilhante.
(D) ensolarado. (E) transparente.

Nas carreiras em que o número de inscritos for inferior ao triplo do número de vagas oferecidas, todos os candidatos inscritos serão convocados para a 2a fase, independentemente do comparecimento à 1a fase ou do resultado obtido.” (Manual de Informações da Fuvest, 1980).

14. Segundo o texto acima, pode-se dizer que
(A) Todos os candidatos serão convocados para a 2a fase, independentemente do resultado obtido na prova da 1a fase.
(B) Serão impedidos de comparecer à prova da 1a fase os candidatos às carreiras em que o número de inscritos for inferior ao triplo do número de vagas.
(C) Os candidatos serão convocados tanto na 1a quanto na 2a fase desde que correspondam à terça parte do total de inscritos.
(D) O candidato pode comparecer tão-somente a 2a fase dos exames, desde que, na carreira por ele escolhida, o número de inscritos não seja superior ao triplo do número de vagas.
(E) O número de vagas oferecidas na 2a fase é o triplo do número oferecido na 1a fase, independentemente das notas obtidas na carreira escolhida.

I – Uma andorinha não faz verão.
II – Nem tudo que reluz é ouro.
III – Quem semeia ventos, colhe tempestades.
IV – Quem não tem cão caça com gato.

15. As ideias centrais dos provérbios acima são, respectivamente
(A) solidariedade – aparência – vingança – dissimulação.
(B) cooperação – aparência – punição – adaptação.
(C) egoísmo – ambição – vingança – falsificação.
(D) cooperação – ambição – conseqüência – dissimulação.
(E) solidão – prudência – punição – adaptação.

"Todos querem o perfume das flores, mas poucos sujam as suas mãos para cultivá-las."



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